Instituto Nutrindo a Vida
SOBRE A PRIMEIRA JORNADA DE INTELIGÊNCIA SISTÊMICA E A PRIMAVERA NA VIDA.
Olá!
A primavera é sempre primavera mas as flores serão sempre novas. É com imensa alegria que trazemos algumas imagens de nossa Primeira Jornada de Inteligência Sistêmica com as contribuições de Humberto Maturana e Bert Hellinger para a Educação e disponibilizamos nos canais do Instituto Nutrindo a Vida a gravação de todas as palestras.
Nossos agradecimentos ao Departamento de Letras da Universidade Federal de Viçosa, aos 150 inscritos na modalidade online e aos que nos prestigiaram com sua presença física.
Desde aquele dia uma pergunta me persegue, uma pergunta que revolucionou a vida de nosso querido Bert Hellinger: “O que mais nos importa? As pessoas ou as ideias?”
Sim!
As contribuições de Maturana e Bert Hellinger nos levam além dos limites que nos colocamos enquanto sociedade pautada por valores e saberes fixos que resistem ao novo e de certa forma ainda incompreensível.
Ao pensarmos o movimento de desenvolvimento humano dentro da complexidade da vida precisaremos de “propostas pedagógicas” inovadoras, que incluam por exemplo nossa sabedoria corporal, nossas percepções e sentimentos, pois somos seres corporais além de mentais e afetivos. O inteligível se entranha no corpo, corpos que se relacionam e nesta visão sistêmica da vida todos somos responsáveis nesta lógica das relações.
O fato desta primeira jornada ter acontecido dentro de uma Universidade do porte da UFV em um espaço focado na linguagem é muito significativo. A escrita revolucionou a sociedade humana e hoje esta visão ecologicamente ampla, multidisciplinar e sistêmica nos chama para uma sustentabilidade da vida em todas as suas esferas: intelectuais, emocionais, espirituais e materiais.
A palavra inteligência vem do latim: Inter que significa “entre” e legere que significa “escolher”. De acordo com o dicionário Aurélio de Língua Portuguesa (2010, p. 432) inteligência é a “faculdade ou capacidade de aprender, apreender e compreender ou adaptar-se facilmente”
Uma inteligência sistêmica é aquela que inclui todas as outras, cada uma em sua área de força e com seus limites, portanto em nada ameaça o locus de nossa educação tradicional focada em memória e informação, em comprovação científica pois a vida é muito maior do que a nossa ciência ainda consegue compreender ou provar. O dogmatismo científico tem ameaçado o desenvolvimento humano de forma parecida ao dogmatismo religioso confrontado pela própria revolução científica e sua grande ousadia de aprender sobre o que era, inclusive, considerado proibido.
Quanto a isso “nada de novo em Londres” a falta de respeito pelo que veio antes, pelo progresso humano advindo através das grandes religiões, incluindo seus limites, só gera por parte dos grandes sistemas de ensino da atualidade, a necessidade inconsciente da compensação necessária que não raro significa fazer o mesmo com maior qualidade e eficiência, gerando exatamente aquilo que tanto condenou: perseguições, caça às bruxas e obscurantismo.
No que diz respeito a esta proposta de uma inteligência cada dia mais sistêmica diante da vida Gardner (2006) reafirmou que o número de inteligências é menos importante do que a premissa de que há uma multiplicidade, segundo Gardner (1994, p. 45): “ não há e jamais haverá uma lista única, irrefutável e universalmente aceita de inteligências humanas”, porque em larga medida a inteligência não existe como uma entidade fisicamente verificável, mas é um construto que se manifesta em comportamentos diante da vida, vivida na realidade do dia a dia.
De acordo com Antunes (2006, p. 19) “A inteligência é a faculdade de entender, compreender, conhecer. Inteligência também é juízo, discernimento, capacidade de se adaptar, de conviver’’. Isso na Sistêmica é essencial pois olhamos para qualidade da relação entre as partes que podem ser equilibradas de forma adequada através da prática das Ordens do amor de Bert Hellinger.
Precisamos aprender que somos inteligentes e que o propósito maior da educação e de qualquer universidade é pesquisar, experimentar e aprendermos o que ainda ignoramos sobre a vida além de ser o grande arquivo dos saberes anteriores que nos possibilitam, hoje, estar diante do novo, do desconhecido com esta incrível energia de aprendizagem.
Sendo assim temos opções entre ousar incluir o novo, a realidade de nossos “não saberes” ou militar nas caças às bruxas enquanto nos arrogamos unicamente como críticos ou defensores de saberes já estabelecidos, guardiões do passado sem a percepção de que todo novo se apóia sobre este passado da mesma forma que tronco por maior que pareça é sustentado por uma raiz agora invisível mas extremamente poderosa.
Nosso muito obrigada aos que como voluntários nos apoiaram nesta iniciativa e, especialmente aos profissionais da educação que compartilharam seus saberes e práticos aplicados ao dia a dia da vida e do trabalho com o intuito máximo de gerar transformação e aprendizagem efetiva, criatividade, inteligência autônoma e compromisso social pois a educação do futuro se constrói é no aqui e agora.
Rosana Jotta
Presidente do Instituto Nutrindo a Vida.
REFERÊNCIAS:
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8. ed. Curitiba: Positivo, 2010.
FERREIRA, Berta Weil. A teoria das inteligências múltiplas de Gardner. In: RIES, Bruno Edgar.; RODRIGUES, Elaine Wainberg. Psicologia e educação: fundamentos e reflexões. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. Disponível em: Acesso em: 21 fev. 2020.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na Prática. Porto Alegre: Artmed, 1995.






